terça-feira, 18 de setembro de 2018

Alhos e Bugalhos

                                             Alhos  e  Bugalhos
                                                                                                                    Márcio Barker





Você diz prá mim, que acredita.
E eu digo que também acredito...mas...desacreditando.
Você diz que é verdade.
E eu pergunto: "Será"?
Eu afirmo a você que tal coisa, é!!!
Mas para você,  tal coisa "não é"
Digo que sim.
Mas para você:"não"!
Daí, nos entreolhamos...e sorrimos.
Sorrimos um para o outro.
E eu digo. ''Ah, sabe?'' 
"Acho que isso é bonito".
E você responte: "Não acho".
Eu insisto que me parece bonito.
Mas para você...continua feio.
Você gosta de música romântica.
Eu, de rock n'rol.
Você vislumbra a esperança em outras dimensões.
Eu a vejo em mim.
Novamente nos entreolhamos em silêncio...
...e novamente sorrimos um para o outro.
Daí,
você se vira prá mim,
e diz enfaticamente que tem que ser assim.
Olho nos seus olhos, e pergunto: "será que tem"?
Aflito, eu conto a você de meus eternos "por quês".
Tranquila, e sorrindo, me diz que não se importa com  "por quês"
Depois,
à sua pressa,
eu contrabalanço com minha calma.
Para você, o relógio merece respeito...
Já eu, sempre o desafio...e dou de ombros.
Novamente, um novo sorriso de ambos os lados.
Olho para o seu rosto, tão doce.
Sorrio diante de nossas discordâncias.
Sabe por que?
Elas são valiosas moedas de troca.
A unanimidade é burra, como disse alguém.
E me pergunto, se na  discordância  está o novo.
E, entre tantos "sim" e  "não". Entre tantos "é" e "não é".
damos nossas mãos...nos descobrindo...aprendendo...vivendo...
nos amando!
E percebemos que,
somadas,  as nossas "verdades"...
...darão um belo e eterno  samba!!!!

domingo, 2 de setembro de 2018

Separação


Separação...
Márcio Barker



Sozinho, estava pensando...
Sim, pois é o melhor momento para pensar...
ao menos, acho isso.
Estava com o pensamento longe, bem longe.
E essa distância em meu pensamento, é resultado de mais uma separação.
Sabe? Confesso, já estou me cansado de ''separações''.
Deveria estar me acostumando,
adaptado.
Afinal, ainda tenho alguma versatilidade.
Mas...
Por mais separações que aconteçam,
menos, bem menos me acostumo a elas.
Daí, bem sei que depois de cada separação,
vem o reencontro.
Resta esse consolo.
Mas essa história de ''consolo'', não passa de maquiagem,
que disfarça a minha tristeza.
No caminho do reencontro, a alegria, felicidade, doçura.
Puxa!!! Que bom!!!
Mas por trás, no fundo, está o anuncio de que,
depois disso, lá vem nova separação!!!
Consolar?
Depois do beijo e do abraço doído,
embarco, e me afasto.
E toda a alegria, felicidade e doçura fica para trás,
misturando-se com a frieza do cotidiano.
Me sinto um traste, sem nada a dizer.
Me sinto com raiva, porque tudo se foi, tão depressa.
Me sinto desconsolado por esse sentimento novo, que tenho tido nesses últimos tempos,
que me alegra...mas que também me entristece...
E, como um tonto, após cada separação,
fico catando pedacinhos de tudo aquilo que sobrou do último reencontro.
Imaginando se foi verdade, ou um tolo sonho,
uma bobagenzinha de esperança, ou
uma miragem enganosa.
Mas junto pedacinhos de memória,
dos beijos, abraços, carinho e palavras doces.
Não importa que sejam pedacinhos,
pois são de nós dois.
E espero, sozinho, o próximo reencontro.
E afasto de mim, o fantasma de uma próxima separação...
pois já ando me cansando delas!!!!