Sonho
Márcio Barker
Christian Barker
E
lá ia eu, calçada a fora.
Passos
largos, a todo vapor.
Chegar
logo, era preciso!!!
Coisas
a resolver, corrida contra aquele carrasco implacável: o relógio!!!
Como não gosto dele e, ironicamente, tenho um, todo reluzente, no
meu pulso esquerdo. Vai entender.
Os meus
sentidos, todos desligados, caminho no automático, completamente
surdo, a bagunça em minha volta. Sim!!! Chegar, era preciso! Com um
detalhe, na hora!! Maldita hora!!! Quem inventou isso? E, na rua,
minha horrível marcha continuava...marcial, desesperada,
angustiada...e, de segundo em segundo, o pulso esquerdo se lavanta,
para ver que horas são!
Mas, no meio da
terrível balburdia, da rua, de repente algo se destaca. Sim! Minha
marcha cessa, o desespero, a angustia neurotica, horrorosa,
simplesmente cessou!!!
Desligo meu
desespero, e abro os olhos.
Na minha
frente, desafiando o tráfego, vejo meu cachorro “Boris”, numa
bicicleta, liderando uma colorida passeata. Atrás dele, um palhaço
colorido, brincando com bolas, também coloridas. Na rua, vários
girassóis. Eu não vi, mas tinha ainda, uma banda...simples...
pequena, mas alegre.
Do meio da rua,
eles me chamaram. Engraçado, não hesitei. Entrei naquela alegria,
esquecido de tudo.
Daí, acordei!
Mas juro que não fiquei com pena por ter acordado. Acordei bem, com
um enorme sorriso colorido e de alegria.
Sou um
privilegiado por ter sonhos assim. Não é?