MORENA CANELA
Márcio Barker
SOFISOFIA
Brasil. Primeira metade do século vinte.
Em meio a uma sociedade recatada e cá entre nós, também preconceituosa, lá estava a figura colorida que atiçou o coração de muitos poetas.
A figura que subvertia, sem querer subverter.
Que provocava, sem querer provocar.
E que cutucava...sem querer cutucar
A figura de pele morena, nem branca, nem escura
Café com leite...é...longe da frieza lapidar do cinza!!!
Não! Não! Não! Muito pelo contrário!
Aquela figura, fruto de uma alquimia rara.
Coisa própria de poucas latitudes e longitudes desse mundão afora.
Terras nas quais os corações se cruzam e entrecruzam tranquila e despreocupadamente, apesar de diferenças disso, ou daquilo.
Sim, Porque o que importa...são os sentimentos!
E seja lá como for, inspirando o poeta, ou nós, os pobres mortais das ruas, não deixamos de reconhecer o consenso geral: a da figura ímpar jamais escapou do olhar atento do estudioso das coisas brasileiras.
Como também inspirou o cantador dessas mesmas coisas desse país.
Como ainda chamou a atenção do olhar sério, severo e atento, do pesquisador que folheia, lê e relê o passar do tempo brasileiro.
A mesma figura a ser admirada tanto pela beleza quanto pela presença forte na história de uma nação.
A mulher que vence o preconceito e que já deixou de ser sinônimo de samba, carnaval, sexo e figura exótica, para ser simplesmente: mulher! Com toda força que essa palavra tem.
Sim!!! Aquela mulher de pele morena canela...que eu acho tão bonita...tão bonita!!!
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