DÚVIDA
Márcio Barker
gazzetaonline
Mas e daí?
Será que vem?
Será que não vem?
Heim?
E se vier, como virá?
E se não vier, porque
será?
Não sei se quero isso
aqui.
E nem sei, porque não
estou querendo.
Será porque acho que é
feio?
Ou será que nem faço ideia?
Digo, ou não digo?
E se disser, como devo
dizer?
E como dizer?
E se não disser, será
bom?
Será mal?
Se for bom, como será?
Mas e se for mal, heim? O
que farei?
Outro dia o coração
disparou.
Assim, sem mais nem
menos.
Você sabe como é, não
é?
Mas não sabe porque foi.
Será alguma emoção
escondida?
Mas qual emoção?
Seria alegria?
Seria angustia?
Seria tristeza?
Ou será um será
um mal súbito?
Não
sei...
Daí eu digo que vou.
Mas será que irei?
E se
for, por que será?
E como será?
E se não for o que
restará?
Vou, ou não vou?
Mas por que ir?
E, pior, e por que, não
ir?
Mas
será perigoso ir?
Ou
será frustrante não ir?
Ir ou não ir?
Ir ou ficar?
Arriscar-se indo.
Ou
sentir-se seguro ficando?
E daí pergunto:
Por que será que
inventaram uma coisa chamada Dúvida???
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