Um Conto Azedo
Márcio
Barker
Comendo
pão com sardinha, eu estava pensando.
Daí,
você ''rala” pra burro.
Graduação
e pós.
Fica
mais fácil para o currículo?
É
o que dizerm.
Mas
fácil, ou não, um dia a gente consegue o emprego.
Daí
você “rala” no trabalho.
Extrapola,
horas extras, se esforça, batalha...
...e
vai indo...indo
Então,
um dia você casa, arranja filhos, e...
...tem
que ''ralar'' mais.
Aliás,
cá entre nós, a isso se chama de ''kit burrice''
Bem,
até aí nada de mais.
Mas...(sempre
cruel um ''mas'' no meio da história)
Dependendo
de onde você nasceu...''ralar'' é pouco, para um pouco como
recíproca.
Tava
pensando.
Era
''cruzeiro'', depois ''cruzeiro novo''.
OH!
maravilha, agora a coisa endireita.
Mas
(outra vez ele)...não endireitou.
Veio
outra ''mágica''. Ah, o ''cruzado''. Ora vejam.
Seria
um verdaeiro cruzado para salvar a economia.
Mas
logo mingou, e virou ''cruzado novo''.
Mas
nem ele teve cacife.
Pois
é, a coisa continuou desandada.
Logo
depois voltou o ''cruzeiro'', que logo virou ''cruzeiro real''.
Aliás
alguém disse que era muita realeza para tão pouco.
Depois,
ficou só ''real''
E,
nessa epopéia foram-se os sonhos e fantasias.
E,
você olha pra trás, e vê perdidos seus melhores anos.
Se
perderam em meio a incompetência.
Sua?
Talvez.
Talvez,
por tem aceitado dançar conforme a música.
Talvez
por ter se calado.
Talvez
por não ter procurado outros horizontes mais justos.
Talvez
por ter se resignado ao papel de um triste herói.
O
triste herói que toureia as mazelas que impõem a você.
Talvez
por ter errado na escolha.
E
nesse ''talvez'', lá está a juventude perdida.
Os
sonhos perdidos
As
doces fantasias de chegar um dia naquele ''lá”.
Um
''lá'' que nunca viu, nem sentiu, porque nunca existiu.
O
''talvez'' levou você por labirintos tenebrosos, repletos de
mosntros ameaçadores.
E
hoje, resta se equilibrar num tênue fiapo de fio, para ver se
sobrevive,ao labirinto e aos monstros, o que é muito diferente de
viver naquele ''lá'', que você sonhou em sua doce e ingenua
juventude.
É,
pois é. Sem dúvida esse é um conto azedo...e bota azedo nisso.
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