Não há...

               Não há...

Márcio Barker

vexels

Vou dizer uma coisa, bem simples.

Não há momento.

Não há ocasião.

Não há rua.

Não tem hora.

Nem de dia...

ou de noite.

Não há uma música especial.

Ou um perfume.

Não há nada de mais.

Nada de mais que, de um momento, ao outro, me faça recordar de você.

Sabia?

Às vezes o cotidiano sofrido, corrido, angustiante.

O cotidiano de todos nós, os heróis anônimos dele mesmo,

parece nos deixar suspensos no tempo.

Nos deixa esquecidos de coisas tão caras.

Mas, apesar disso, de dia ou a noite,

sem mais, sem menos.

Sem hora, sem música,

nem ocasião ou momento especial,

nada impede que um sorriso simples e doce,

me surpreenda.

Um par de olhos, se encontre com os meus,

''falando'' aquela linguagem que só eles sabem...

...mas todos entendemos.

Sim, de um momento ao outro.

De uma hora a outra,

nada em especial, me faz recordar de você.

Mesmo lá longe, pareço ter você,

aqui pertinho...

Como o tempo e a distância são discutíveis.

Como sou capaz de tal mágica?

De, num estalar de dedos,

ter você inteira diante de mim.

Que bom...