terça-feira, 29 de setembro de 2020

 

Música & História

A Doce e Libertadora Anarquia

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Cabelinho curto, bem penteado, elegante, muito bem comportado, obediente, estudioso, quem sabe também religioso, somente bons pensamentos (ao menos teóricamente)
Cabelos compridos, caprichosamente, penteados, elegante (saia bem prá baixo dos joelhos), muito bem comportada, obediente, virgem, provavelmente normalista,  estudante de piano (clássico), alma e desejos cândidos (ao menos teóricamente)
Receitas clássicas, consagradas, indiscutíveis, reservadas a uma parcela significativa da população. Quem? Os jovens. (Logo eles)
Regras que se contrapunham a natureza rebelde, curiosa, insaciável, incansável, alegre, do jovem, seja lá de que época ou lugar.
É daquela época um curioso ditado: ''Ninguém nega que tanto os bêbados, quanto os casais furtivos de namorados,  tenham um anjo da guarda poderoso''. Não é mesmo?
A sisuda sociedade da primeira metade do século vinte, impunha um código absurdo para o que julgava o ''bom comportamento''.
Um bom exemplo era o namorico na sala de casa, ou no máximo, no portão, sob olhares marciais que controlavam qualquer deslise (principalmente das mãos), maior proximidade física, ou alteração do volume na região pélvica masculina.
Estava próximo o confronto entre essa repressão e a rebeldia. Em plena década de cinquenta, no pós guerra, não havia cabimento prosseguir nessa situção.
E o rompimento veio. De repente, inesperadamente, chocante, rompedor. Não haveria mais volta. Era a ãnsia pela liberdade, a busca do reconhecimento, era um grito que dizia: ''Eu estou aqui! Eu existo! Quero meu espaço!!! Me respeitem!!!
Era o grito do jovem. E, por trás dele, a irreverência, as cores, a safadeza, o  humor debochado,de um gênero musical que ganhava espaço, na contramão: o rock'n roll!
Olhem só.



Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei tudinho isso ai. Mas me explica uma coisa: por que vc mudou a grafia da palavra virgem?
Muito medo de parecer sem vergonha?


Camilla Tebet