quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Chegou de repente


Chegou de repente - Márcio barker

Chegou de repente, nem se anunciou. E o percebi com o rabo dos olhos.
Ficou me olhando.
Olhar sério, profundo, misterioso.
Mas o que quer me dizer?
Instintivamente pergunto: “O que foi?”
Nada.
Só o silêncio
Bem, não estranho, estou acostumado ao seu jeito de ser.
Mas que capacidade terá ele de dizer tanto, em seu silêncio?
Congelado continuo olhando para mim.
Eu o conheço há sete anos.
Presença diária.
Não me perde de vista.
Bom sujeito. Amigo nas horas certas.
Discreto, não é de grandes efusevidades, sereno.
Se manifesta pouco...às vezes até parece tímido.
Pergunto novamente o que queria.
Ele se vira, e vai indo. Só não “deu de ombros”, por ser um camarada educado.
Mas é daqueles que está sempre por aí, por perto, oferençendo sua companhia.
Brinca pouco, não sorri, mas é atencioso.
Não é cheio de grandiloquências, mas faz falta quando está longe.
Sua amabilidade está nas entre linhas,
e em pequenos detalhes de suas atitudes.
Se não é piadista, ou do tipo grudento e babado que cansa até,
ele não renega, não aborrece, não xinga, não enche, não reclama.
Em troca me presenteia com a sua imensa paz e tranquilidade.
Ele me faz muito bem.
De repente ele retornou...pulou no meu colo,
e disse um educado “MIAU”.
Meu grande amigo, Charles, o gato.

Nenhum comentário: