Pois
é...
Márcio
Barker
Estou
me lembrando de você...quem diria!!!
Foram
anos de convivência...anos e anos, a fio. Puxa, quanto tempo!
No
início as coisas até que iam mais ou menos bem. Às vezes mais...às
vezes menos...mas iam. Não é? Sim, é!
Já
naquele tempo, você já tinha umas coisas chatas. Uma bem chatas,
outra mais ou menos, e outras até que davam para relevar... mas
tinha!
Bem.
Sei que não sou santo, aliás nem um pouco. Já disseram que não
sou que flor que se cheire, que sou uma bela bisca, e tem gente que
não põe a mão no fogo por mim.
Sabe?
Até concordo. E digo mais, concordo em gênero, número e grau. Eu
assumo minha chatice, minha falta de confiabilidade, meu jeito quase
marginal.
Mas, como você, também não sou de todo mal. Não! Não! Até que dou
para o gasto, e tenho esperança de ir para um lugar bonito, quando
for desta para melhor.
Eu
reconhecia, como reconheço, suas qualidades. Sim! Verdade, estou
sendo sincero, não é demagogia. Puxa! Quanta coisas legal, bonita,
diferente, interessante, você já tinha... e tem! Aliás, diga-se de
passagem, que devo muito a você. Quase me sinto um ingrato, mas...
Sempre
admirei, como admiro até hoje, mas, é... mas, temos que admitir o
seu lado mais negro. O lado que me afligia, que assustava, seu lado
neurótico, enlouquecido, assustador. Seu lado que me levava à
fadiga, ao desespero, ao mau humor, ao cansaço. A relação foi
ficando difícil, os ressentimentos cada vez mais numerosos e, pior,
maiores.
É...foram
anos de convivência ao seu lado. Anos e anos. Reconheço que devo
muito a você. Não sei se a recíproca é verdadeira, mas, juro que
tentei. Tentei porque no fundo gostava de você, admirava você,
reconhecia você. Entretanto, em minha cruel balança, fria e
calculista, o que me desagradava em seu ser, pesou mais...e cansei.
Não
suportando mais, fugi, corri, fui pra longe de você, para bem longe.
Não queria escutar o seu canto de sereia, hipnotizando-me, me
chamando de volta. Impossível, nossa convivência se tornou
impossível. Que pena!
Mas
sabe? Outro dia, sentado por aí, vi de longe o seu nome, escrito num
luminoso. É... o coração hesitou. Fiquei sem palavras, sem saber o
que pensar... me deu pena e senti um pitada de saudade de você.
Fiquei olhando aquele luminoso, que estava escrito em letras
garrafais, o seu nome - SÃO PAULO !!!
Pois
é...
Petrópolis
Dez/2017
Petrópolis
Dez/2017
Imagem - http://www.ebay.ie
Nenhum comentário:
Postar um comentário