A Gika
Márcio Barker
Não era uma deusa da beleza, mas muito menos feia.
Mas para mim era a Gika, o que importava.
Pequena, baixinha mesmo, nossos abraços eram trabalhosos.
Tinha que me curvar. Que importa? Pois eram aqueles abraços!!!
Abraços da Gika
Irriquieta, ágil, alegre, sempre cheia de ideias.
Boas ideias a Gika tinha.
“Gika” era o apelido que dei a ela.
Nossa!!! Mas como vivia longe!!!
Horas e horas de ônibus, pela estrada a fora. Tudo só pra ver a Gika.
Mas valiam a pena, aquelas horas de estrada. Eu sabia quem me esperava.
Era ela, a Gika, Quanto mais os kilômertros passavam, mais o coração acelerava.
Se nossas separações eram tristes, os reencontros compensavam.
Na casa da Gika, eu era o rei.
Tinha até cafezinho com biscoitos na cama, de manhã
Nossas viagens e nossos passeios eram coloridos. Pois colorida era a companhia da Gika.
A vida com a Gika era mergulhada no bom humor, na piada, no carinho, na graça. Sim, porque eu estava em companhia da Gika.
Na cama, fosse a que horas fosse, não da pra esquecer.
Rejuvenecíamos, na luz do abajur, e de corpo e alma.
Os beijos, abraços, orgasmos que o tempo guarda. Era a Gika!
Um dia a Gika foi embora!!!
Não acreditei...não acredito até agora...
Culpa minha?
Pensou que eu tivesse outra.
Não tinha....
Argumentei, falei, jurei, mas a Gika não acreditou...
Punido por um crime que não cometi.
Mas admito que em seu lugar , também seria difícil acreditar em mim, apesar de inocente!!!
Então, culpa minha
Gika se foi, e eu fiquei a ver navios.
Fazê o quê, não é?
Ficaram as imagens da estrada, dos beijos, do amor, das piadas, que lembro com um sorriso triste.
Foi muito bom, viu Gika?
3 comentários:
Se a Gika nao voltar serve eu? Prometo ser bem boazinha!!
Essa Guia era muito legal.mas boba. Mesmo q tivesse sido chifrada, jogar no lixo um amor grande e amigo?
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